04 agosto 2014

o quarto de hora académico

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15 minutos de atraso são compreensíveis. 30 minutos indesculpáveis. Mais que isso é caso de polícia. Em Portugal, a pontualidade é um conceito claramente desconhecido, que ainda motiva a ofensa alheia quando se faz a terrível e inevitável chamada de atenção. Qualquer que seja o motivo, um atraso injustificado é uma profunda falta de respeito. 

Ironia das ironias, é interessante comprovar que quem mais se atrasa é menos tolerante com os atrasos dos outros, adora usar a palavra "urgente" e anda sempre a queixar-se de uma agenda recheada de compromissos fora do prazo. Nunca se tem tempo para nada, excepto para deixar os outros à espera. 

Talvez seja mais germânico que latino quando o tema são os atrasos. A minha sensibilidade não me permite, e com todo o direito de admitir a redundância, ter a tolerância necessária quando sinto que estão a pisar o calo do tesouro precioso que é o meu tempo. É quase um cenário românticos à D. Quixote solitário, em que a cultura dominante me força (ou tenta forçar) a desculpar a má gestão do tempo. A dos outros e, por arrasto, a minha. 

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