05 agosto 2012

10 factores que influenciam o sucesso de um projecto

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Uma das maiores responsabilidades de um gestor de projecto é assegurar não só a conclusão, mas também o sucesso do próprio projecto, que pode ser contabilizado quantitativa (ganhos) ou qualitativamente, pelo grau de satisfação quer do cliente, quer da equipa envolvida no seu desenvolvimento. Tal como duas gotas de água, não há dois projectos iguais mas, regra geral, o fracasso de um projecto está relacionado com:

  1. Planeamento. Iniciar um projecto sem chegar a acordo com o cliente acerca do objectivo do trabalho a desenvolver e resultados esperados, é receita certa para falhar prazos e/ou ultrapassar o orçamento inicial. O cliente deverá ter conhecimento do tempo real de desenvolvimento do projecto, se existem custos adicionais para eventuais modificações que não estavam contempladas inicialmente, assim como quais as consequências de não ser cumprido o plano inicial do projecto (por exemplo, se na sequência de um atraso numa aprovação, o projecto decorre dentro do tempo estimado inicialmente, ou se os recursos foram alocados a outro projecto e terá de esperar que estejam novamente disponíveis).

  2. Ausência de um plano de gestão do projecto. O plano de gestão do projecto inclui as tarefas a executar em cada fase do projecto (idealmente, distribuídas no tempo), os objectivos de cada fase, quem é responsável por cada tarefa, as datas previstas para entregas e pontos de situação, assim como todos os aspectos que interferem ou podem condicionar o fluxo de trabalho esperado.

  3. Má gestão. Alguns gestores focam em demasia os aspectos administrativos, negligenciado a componente operacional do projecto; outros cometem o erro de micro-gerir uma determinada tarefa, de tal modo que acabam por executar a maioria do trabalho ao invés de o delegarem. Em ambas as situações, há uma ausência de foco na direcção e objectivos do projecto, comprometendo-se o planeamento estabelecido e revelando um gestor mais preocupado com as suas próprias ambições, que com o sucesso do projecto.

  4. Falta de Recursos. A falta de capacidade em estimar os recursos necessários, a adequação dos mesmos a uma determinada tarefa e, nalguns casos, a ausência de sensibilidade para combinar os recursos de modo a maximizar a sua eficácia, é outro factor determinante no sucesso ou fracasso de um projecto.

  5. Conflitos. O bom funcionamento da equipa é fundamental para o sucesso do projecto: as diferenças de personalidade, a longevidade do projecto e o aumento dos níveis de stress, são alguns dos factores que potenciam o aparecimento de situações de conflito, não só entre os elementos da equipa mas, muitas vezes, entre a equipa e o cliente. Um bom gestor de projecto deve ser capaz de solucionar este tipo de conflitos e ter a flexibilidade necessária para efectuar mudanças, seja em termos de tempo ou delegação de tarefas, de modo a que o desenvolvimento do projecto nunca seja prejudicado.

  6. Sacrificar a qualidade. Muitos gestores de projecto focam a sua atenção apenas em cumprir os prazos estabelecidos, em detrimento da qualidade do trabalho. Um projecto bem planeado terá em conta o tempo necessário para que o resultado final tenha a qualidade exigida pelo cliente. Os clientes pagam tanto pela qualidade como pela capacidade de entregar um trabalho num período de tempo aceitável (e adequado às suas necessidades), mas é a qualidade que os faz voltar a trabalhar connosco.

  7. Reagendamento constante. Mudanças nos prazos de entrega, agendas e tarefas são um dado adquirido à medida que o projecto decorre. No entanto, quando se chega a um ponto em que se tornam a regra e não a excepção, é inevitável que se criem as condições para erros, confusão, prazos não cumpridos e ressentimento na equipa, que tenta a todo o custo acompanhar as constantes mudanças, às custas de um esforço adicional materializado em horas extraordinárias, que não foram previstas no planeamento inicial.

  8. Utilizar ferramentas novas. Gerir um projecto onde se introduzem ferramentas novas é meio caminho andado para o desastre, principalmente se os prazos estimados não tiverem em conta o tempo necessário para a equipa aprender a utilizá-las. Promover acções de formação antes de se iniciar o projecto ou, quando isto não for possível, reservar blocos de tempo na agenda semanal para que a equipa possa aprender a lidar com as ferramentas novas, são duas opções viáveis para evitar atrasos durante o desenvolvimento do projecto.

  9. Comunicação. Não é raro encontrar um projecto cujo fracasso esteja relacionado com falhas de comunicação entre todas as partes envolvidas. Manter a comunicação em tempo real e acessível, não só aos membros da equipa mas também ao cliente, ajuda a que todos saibam exactamente o quê, e quando, se espera que seja finalizada uma tarefa ou enviado um parecer fundamental para se iniciar uma nova fase de desenvolvimento.

  10. Factores externos. A falta de feedback de um cliente ou a falha de um fornecedor são bons exemplos de factores externos que também influenciam o desfecho de um projecto. A identificação destas variáveis externas nem sempre é fácil, e depende em grande parte da experiência do gestor; no entanto, não podem ser ignoradas e, sempre que possível, devem ser conhecidas alternativas para mitigar o seu efeito.
A adopção de boas práticas na gestão de projectos não é, por si só, suficiente para garantir o sucesso dos mesmos mas, por outro lado, confere-nos a possibilidade de rever, modificar e melhorar os processos/metodologias adoptados, avaliar a prestação da equipa, consolidar a relação com o cliente e evitar a situação típica de, quando as coisas correm mal, ninguém assumir a responsabilidade pelos maus resultados (ou, como é tão comum, colocar a carga por inteiro nos ombros do gestor.

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